DRONE
Veículo aéreo não tripulado (VANT) ou drone (do
Inglês, zangão)
Os drones foram idealizados para fins militares tendo sido inspirados nas bombas voadoras
alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio-controlados.
Estas máquinas voadoras foram concebidas, projetadas e
construídas para serem usadas em missões tradicionalmente de elevado risco para
humanos, nas áreas de inteligência militar,
apoio e controle de tiro de artilharia, apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, controle de mísseis de cruzeiro,
atividades de patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras,
atividades de busca e resgate, entre outras. Eles são muitas vezes preferidos
para missões que são "maçantes ou perigosas" para aviões tripulados
como policiamento e combate a incêndios, e com a segurança não militar, como a
vigilância de dutos.
Atualmente, o desenvolvimento de pesquisas e fabricação
de VANT são realizadas e estimuladas, principalmente, por militares estadunidenses,
pelas Forças Armadas de Israel.
Os drones são, há vários anos, um dos principais instrumentos da estratégia
militar dos Estados Unidos, mas 51 Estados já possuem esta tecnologia.
Segundo relatórios do Bureau of Investigative Journalism (BIJ),
sediado em Londres, entre 2.629 e 3.461 pessoas foram mortas desde 2004 no Paquistão, por ataques de drones da CIA e DoD.
Entre as vítimas, calcula-se que 475 a 891 eram civis. Nas últimas
décadas, os drones foram usados sobretudo no Kosovo, no Tchad, e também nos ataques americanos ao Paquistão e contra a
pirataria marítima.
Estima-se que de 2008 a 2012, os Estados Unidos tenham realizado 145 ataques na Líbia, 48
no Iraque e mais de 1000 no Afeganistão utilizando drones. Os militares
britânicos a partir de julho de 2013 lançaram ao Afeganistão 299 drones em suas
ofensivas.
Em 24 de janeiro de 2012, a Organização das Nações Unidas lançou
um projeto denominado Naming the Dead ("Dando nome aos
Mortos"), com a finalidade de investigar a morte de civis e militantes por
25 ataques de drones americanos no Paquistão, no Iêmen, na Somália, no Afeganistão e nos Territórios Palestinos. A
investigação é uma resposta a denúncias sobre a morte de civis, inclusive
crianças, durante ataques de drones no Iêmen.
De acordo com o relator especial da ONU sobre a proteção
dos direitos humanos no
combate ao terrorismo, "o aumento exponencial do
uso da tecnologia dos drones em diversas situações
representa um verdadeiro desafio para o direito internacional atual".
Segundo dados oficiais, os drones Predator e Reaper dispararam
506 mísseis em 2012, no Afeganistão, contra 294 em 2011 -
um aumento de 72% - embora o total de ataques aéreos americanos tenha diminuído 25%, no mesmo
período.
Em 12 de dezembro de 2013, 16 civis foram mortos e 10
ficaram feridos em um ataque no Iêmen na província de Al-Baida, onde foram
confundidos com membros da Al-Qaeda quando participavam de duas procissões de
casamento separadamente.
Os primeiros drones são mais antigos que o termo. Aviões
militares não tripulados foram criados na Primeira Guerra, quando surgiram
projetos como o Kettering Bug, dos EUA, e o Hewitt-Sperry Automatic Airplane,
do Reino Unido. Ambos eram bombas voadoras, destinadas a tentar derrubar
zepelins e atacar posições em solo, o primeiro com um sistema mecânico por
giroscópio, o segundo, usando rádio controle. Esses são os tataravós dos
mísseis de cruzeiro modernos. Drones suicidas.
Em 1935, o almirante William Standley, dos EUA, foi
convidado a assistir a uma demonstração do DH 82B Queen Bee (“abelha rainha”),
um avião remoto-controlado para ser usado em treinamento de pilotos de caça e
baterias antiaéreas. Era muito mais realista que um alvo estático ou voando em
linha reta. Tão impressionado ficou Standley que pediu um clone americano, e
Delmer Fahrney, do Laboratório de Pesquisa Naval da Marinha, batizou-o de
“drone” em homenagem à inspiração.
Drone seria como, na Segunda Guerra, os americanos
chamariam um de seus mais desastrosos experimentos: o Projeto Aphrodite. Um
bombardeiro B-17 ou B-44 carregado até o teto com explosivos, tripulado na
decolagem. No ar, a tripulação saltava e ele era guiado por controle remoto,
até seu alvo. No fim, mataria mais americanos que alemães. Foram 14 missões e
nenhum acerto.
Pela mesma época, os alemães criaram o bem-sucedido V-1,
uma bomba voadora a jato, que caía quando um hodômetro aéreo indicava que havia
voado a distância programada.
Após a guerra, em 1951, o jato controlado por rádio Ryan
Firebee surgiu como alvo. Mas a necessidade de espionar os soviéticos atrás de
armas acabaria por fazê-lo ser convertido em um veículo de fotografias, o
Lightning Bug, usado massivamente na Guerra do Vietnã e só aposentado em 2003.
A reputação dos drones deu outro salto na Guerra do
Líbano de 1982. Uma Israel em desvantagem numérica conseguiu aniquilar a Força
Aérea Síria com perdas mínimas, usando drones espiões, de bloqueio de
comunicações e iscas, fazendo os sírios esgotarem sua munição com eles.
Pela mesma época e do lado oposto, o Irã teria a honra de
usar o primeiro drone armado, uma ideia que vinha desde os anos 1960, mas nunca
havia saído do protótipo. Na guerra Irã-Iraque, o Ghods Mohajer, um drone de
reconhecimento, foi armado com seis foguetes RPG-6.
Não há registro dos resultados, mas provavelmente não
foram grande coisa. É preciso mais que um avião a controle remoto para iniciar
outra era. Essa nasceu com o aperto de um botão, em 16 de fevereiro de
2001, quando o piloto Curt “Hawg ” Hawes disparou um míssil experimental de um
drone Predator – um avião de reconhecimento criado em 1994, usando a nova
tecnologia de GPS.
Bem em tempo do evento que inaugurou a era geopolítica em
que vivemos. Menos de um mês após o 11 de setembro, os Predators eram enviados
ao Afeganistão.
Uso civil
Além do uso militar, os drones estão sendo
utilizados por civis, como por exemplo por fotógrafos e cinegrafistas em festas
de aniversários, casamentos ou eventos em geral. Um drone consegue captar
melhores ângulos para fotos e filmagens mantendo a câmara estável por mais
tempo facilitando também por conseguinte a produção de vídeo. Estas valências
técnicas faz com que também sejam usados por emissoras de TV, diminuindo o
custo em suas filmagens aéreas, considerando que as emissoras televisivas ainda
utilizam amiúde o helicóptero.
A tecnologia dos drones pode ser utilizada em resgates em
locais de difíceis acessos, áreas de desastres (alagamentos, desmoronamentos,
desabamento, incêndios, construções interditadas, etc), pois tais dispositivos
transmitem imagens e vídeo em tempo real contribuindo assim para o sucesso das
equipes de resgate. Os drones também são usados para monitorar pessoas, como
para evitar ataques ou mesmo casos de vandalismo. Está ainda em testes a
utilização de drones para entrega de mercadorias e encomendas. Uma das empresas
que está testando esta possibilidade é a Amazon.
Outra possível forma de utilização de drones é na agricultura para se identificar rapidamente pragas,
falhas no plantio, saturação hídrica do solo e outros problemas que acontecem
nas lavouras. Além disso, os drones poderão ser usados para outras
funcionalidades, como em fotografias, para registrar uma selfie por exemplo. Diversas empresas estão desenvolvendo
os chamados "drones-selfie", que poderão ser controlados via controle
remoto no pulso.
Fontes:
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/historia-drones-aviao.phtml = por
Fábio Marton
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